By Danilo Soares - http://www.mpsirock.com.br/noticias/detalhe/resenha-for-today-em-sao-paulo
Assistir o For Today semana passada foi uma experiência diferente pra mim, em vários sentidos. Eu, que sempre morei no interior de São Paulo, pude ir no show saindo um pouco antes do horário de abertura dos "portões do Inferno." Não só por isso, mas também pelo fato de que fui apenas com meu irmão ao show, sendo que antigamente ia com uma galera, de van ou trem.
Mais do que fatos comuns, uma das coisas que mudou bastante desde meu primeiro show, com o The Devil Wears Prada no não tão distante ano de 2009, foi a maneira como passei a lidar com a música. Antes um show gringo tinha uma importância enorme pra mim, gerando uma ansiedade característica de fã. Mal conseguia esperar para chegar o dia do show, e chegando lá tinha meu sonho sendo realizado. Hoje porém a música entrou em um outro contexto na minha vida, significando muito mais um acompanhamento do que um prato principal. Degustar música hoje é como assistir uma série antiga, que já perdeu o hype.
Pois bem, cheguei no Inferno minutos após o horário definido como o de liberação do acesso à casa. Algo que achei estranho foi a demora para o início do show. Para os precavidos que chegaram cedo a espera foi de quase 2h, algo que não havia visto até aqui em outros eventos da mesma produtora. Enquanto esperávamos, um DVD do Ramones rodava nos telões espalhados na casa. A banda tem uma sonoridade legal, fora sua importância histórica para a cena a música em geral, porém a galera já estava ficando saturada daquele punk californiano. Após o término do DVD os responsáveis por ele deram um replay, e voltaram a passar o mesmo DVD. Foi aí que a galera se uniu num só coro para pedir o desligamento do DVD. Após conseguir sua façanha, o barulho como o de torcida foi forte, com comemorações que lembravam a dos manifestantes dos R$0,20 centavos.
A união dos presentes também foi notada em alguns momentos de cantoria uníssona. Aparentemente haviam inúmeros cristãos no local, o que era visível pelas músicas falando sobre fé que ecoavam no Inferno. Louvor. Inferno. A loucura dos sábios.
Quando a banda chegou ao palco, a galera já estava desesperada pelo início do show. Talvez isso tenha sido um combustível saudável, já que todos entraram na mesma empolgação quando o mesmo começou. Foi a banda aparecer no palco para a sanidade ser perdida pelas centenas de pessoas presentes no local. A música escolhida para abrir o show foi Seraphim.
Eu não esperava que ela fosse a escolhida, acho que porque não sou 100% fã dela, acho uma daquelas músicas passáveis da banda. Pensei que tivessem feito como o TDWP em 2009, que escolheu um trecho da Lord Xenu para iniciar o show. Ledo engano. Só depois, checando no YouTube, fui ver que essa é uma das músicas mais ouvidas pelos fãs. Nada melhor que escolher ela como início do show.
A banda tocou músicas de suas várias fases, fazendo os fãs pularem com Fearless, Under God, Devastator, Saul of Tarsus e Arm the Masses, entre outras. Senti falta do primeiro CD da banda, Ekklesia, lançado em 2008. Talvez seja um CD antigo demais para a banda relembrar dele, mas não é um prática muito comum em show de bandas dese gênero, que geralmente tocam seus primeiros sucessos também.
Durante o show houve dois momentos bonitos, pelo menos para os que são livres de preconceito. Um deles foi quando a galera ali reunida começou a gritar em uma só voz o nome de "Jesus", o que visivelmente impressionou Matt, que mais tarde publicou algo sobre nas redes sociais. O outro momento interessante foi quando o vocalista falou sobre sua fé e explicou porque acredita em Deus. Acho muito válido posicionamentos assim de bandas como For Today porque traz algo a mais do que apenas música. Mostra uma essência que falta hoje nas pessoas. Para amarrar esses dois momentos a banda tocou uma música chamada Talmidin, que não é nenhuma pancadaria, mas sim uma espécie de hino cristão. Ver o coro de fãs entoando essa música foi emocionante.
Enfim, valeu a pena ir ao show deles e perceber que, apesar da música não ser uma prioridade na minha vida como antes, ainda há momentos de puro e simples prazer com ela.
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