Crown Of Pain – Os espinhos do Underground.
Crown Of Pain - Os espinhos do Underground.
Para uma banda sobreviver no underground, é uma questão de vida ou morte, se assim fossemos analisar profundamente. Talvez sejam as dificuldades que penalizam o underground, mas pra quem ‘quer’ entrar nesse mundo, é preciso no mínimo muita dedicação e amar mesmo aquilo que faz. O Crown Of Pain, é um projeto do ‘one band man’ Heder, um sujeito misteriosos, calmo e muito inteligente. E também mais um que não desiste de lutar por aquilo que a música um dia o tocou e manter vivo isso. Ee foi chamado pra lutar por ela, e que não reste dúvida disso. Então conheça o cara, da entrevista... By Norman
Você trabalhava com o fanzine The Book, o único que escrevia sobre metal cristão, secular e RPG. Porque o fanzine acabou?
Heder- Pois é... O The Book Zine. Muitos foram os motivos que me levaram a decidir pelo fim daquela publicação. O principal dentre eles foi o fato de eu ter começado a fazer faculdade em 2004(concluirei em 2007), e isso simplesmente ACABOU com o tempo que eu tinha disponível para fazer um zine de qualidade, com bandas que realmente tivessem algo a dizer e com boas indicações de literatura. Isso pra não falar do RPG! Em condições normais, você já precisa de um bom tempo livre para criar aventuras apenas para diversão, então o que dizer de aventuras com a finalidade de divulgar a fé cristã? Eu cheguei a TENTAR fazer um The Book n.7, que contaria com entrevistas com o Troglodyte Dawn, Veni Domine, Avec Tristesse, Seth(seculares) e Orphaned Land(não-cristão nem secular: Judeu!). Posteriormente, tentei uma última cartada, que seria direcionar o The Book apenas para Doom/Goth/Stoner cristão e criar outra publicação (Eleventh Dimension Zine) que abrangeria toda essa característica de múltiplas facetas de modo a não parecer uma publicação “constrangedora” para bandas seculares e nem uma “obra do diabo” para bandas cristãs, mas no fim das contas... Não pude negar minha filosofia de “se for fazer algo, faça-o bem-feito”. Ora, eu fiz o The Book por creio que uns três anos bem-feitos, então acho que é justo que eu dedique uns quatro anos para fazer uma faculdade bem-feita e DEPOIS aparecer com algo novo e de qualidade do que ficar torturando nosso já sofrido underground com uma publicação de baixa qualidade, certo?
As pessoas, entre elas os cristãos, tem um conceito errado sobre o RPG. Como você as convenceria com suas próprias palavras, de que o RPG não é 'from hell' como eles pintam... E já que eu sei que o seu Pai é um Pastor, gostaria de saber o que ele acha desse seu ritual... Risos... E também por curtir heavy metal... Mais risos...
Pois é... O conceito “cristão” sobre o que é RPG é realmente um lance que sempre foi uma pedra no sapato. Sem sombra de dúvida, essa foi a razão MAIOR que levou-me a criar o zine. Ah, e eu coloco “cristão” aqui entre aspas apenas para esclarecer que a idéia de RPG como algo demoníaco não tem nenhum embasamento na fé cristã, mas apenas na nossa cultura hiper medrosa, supersticiosa e preguiçosa de pensar, que sempre acha melhor culpar o desconhecido do que efetivamente conhecê-lo e ver as coisas como são. Porém, É CLARO que existe o outro lado, e eu duvidaria da seriedade de qualquer cristão que dissesse não acreditar na existência de Lúcifer ou que ele realmente usa os homens e todas as obras humanas como lhe convém para seus propósitos malignos. No final das contas, acabo enquadrando o efeito espiritual do RPG com o do próprio Heavy Metal: Cada um deve saber o seu próprio limite e respeitar os limites dos outros. Você sente que o RPG é algo que atrapalha sua comunhão com Deus? Que o desagrada? Que é usado pelo inimigo para interferir negativamente em sua vida? Não jogue, e se preferir ore pelos que jogam para que eles não abandonem o Senhor, mas NÃO TENTE empurrar para ninguém que RPG é demoníaco. Do mesmo jeito que deve ser feito com o metal, aliás. É o que eu mesmo faço, e tem funcionado muito bem! Quanto ao meu pai... Bom, acho que ele foge BEM do estereótipo de “pai intolerante contra o filho que curte metal/rpg”. De fato, quando eu comecei a jogar, ele expressou mais curiosidade a respeito de o que era esse negócio que estava fazendo seu filho tímido de 14 anos começar a se relacionar melhor com as pessoas do que propriamente preocupação com rituais e nomes estranhos. Ei, ele curte filmes de ação, terror e coisas do tipo! Indiana Jones, Star Wars e principalmente Star Trek são coisas que ele GOSTA de ver! Ele ainda lembra dos filmes de ficção científica que ele via na adolescência(você não imagina como isso foi TEMPOS atrás... Hehehehe)! Juntando tudo isso, MESMO ele sendo um pastor, ou talvez JUSTAMENTE por ele ser um pastor, é dificil pensar em um cara que não quer que seu filho tenha uma diversão saudável e inteligente.
E sobre a sua banda. O Crown Of Pain? Você é um cara inspirado naquelas One Band Man? Ou isso aconteceu por que não encontrou ninguém em tempo para um Line Up Full? Bandas como o Horde e Slechtvalk, eram praticamente Isso.. Comente , por favor ...
Pois é... Quanto ao Crown of Pain, podemos dizer que foi um pouco de cada coisa. Eu sempre gostei das bandas que dão aquele ar de “um gênio solitário”, como os bem-citados Horde e Slechtvalk, além é claro do Bathory e Therion, que nunca poderão ser esquecidos em uma relação de one-man-bands realmente relevantes para a história do metal. Pois bem, além dessa apreciação, havia ainda a agravante de eu gostar MUITO de death/doom e ter começado a nutrir meus anseios de montar uma banda JUSTAMENTE em uma época em que todo mundo queria tocar apenas gothic metal e black melódico/sinfônico. Ora, para não ficar inativo, acabei me afiliando a algumas bandas nesses estilos, mas nunca abandonei a intenção de tocar doom. Inclusive, as músicas que eu cheguei a compor nesse período não foram mostradas aos meus companheiros de bandas anteriores, pois eu sentia que isso seria como uma traição ao Crown of Pain ainda não nascido. Foi essa perseverança que fez com que afinal, em 2004 eu lançasse a demo.
Você gravou uma demo [Miserere Nobis]. Nos diga o que significa ‘miserere Nobis’ e fale das músicas, Screams of Nature e Antipathy.
Bom, vamos lá: Miserere Nobis é um trecho da missa católica em latim, que significa “(Senhor,)tem compaixão de nós”. Apesar de toda a cisma entre católicos e protestantes, eu acho essa frase muito tocante e creio que ela resume de forma muito eficiente o que deve ser o doom metal do ponto de vista cristão. De fato, ela diz muito sobre o doom metal na visão secular, também. É o reconhecimento do pecado e da necessidade do perdão divino, que é aceito sem merecimento algum, apenas porque Deus tem compaixão de nós. Bem protestante, olhando desse lado, hein? Hehehe!
Quanto às faixas... Bem, pra ser sincero com vocês e comigo mesmo, devo dizer que MUSICALMENTE, eu gosto muito delas e gostaria mesmo que não fosse eu cantando e urrando. Quanto a isso, não faço nenhuma reclamação, realmente foi uma forma bem-sucedida de materializar o tipo de death/doom que eu mais curto. Claro que o meu inglês era mil vezes pior do que hoje, na época em que eu as escrevi, mas e daí? Seria preocupante se meu inglês fosse bom naquela época e HOJE estivesse decaindo! Hehehehe! Como elementos individuais, podemos dizer que as duas músicas apresentam faces diferentes: Screams of Nature soa de maneira desavergonhada como o Celtic Frost fazendo uma jam com o Trouble(claro que tal jam, se rolasse, envolveria álcool o suficiente para fazer um carro andar de São Paulo até o Ceará, mas tudo bem) e jogando um vocal gutural que em primeiro lugar não era MEU plano fazer, mas como eu não achava ninguém que quisesse, tive que arriscar. A letra toca num tópico um tanto quanto abandonado pelos cristãos, que é o impacto que a ganância humana tem sobre o meio-ambiente. Esse é um tema que sempre me interessou e que eu realmente levo a sério. Já Antipathy(que de acordo com um camarada meu lembra um pouco de Anathema e Katatonia antigos) apresenta uma face de lamento individual, sentimental e existencial e quanto a isso não posso mentir: Eu mesmo passo pela situação descrita na letra por várias vezes. Inclusive com a parte de lembrar de me voltar a Deus ao invés de me trancar em meus lamentos. É algo que todos nós passamos e que como cristãos tendemos a ignorar ou fingir que não acontece conosco, mas assumir o problema é a melhor forma de combatê-lo. Claro, não posso deixar de salientar que a parte instrumental no meio desta música é também meio que uma homenagem aos góticos fãs de Sisters of Mercy, Depeche Mode, The Mission e coisas do tipo.
Você pretende levar o Crown Of Pain pros palcos?
Quem sabe? Se até o Horde conseguiu uma line-up para uma apresentação, o que impede que algum dia tenhamos num palco um Crown of Pain com dois guitarristas, um baixista, um vocalista, uma vocalista, um tecladista e um baterista? Afinal, não podemos depender do Paramaecium para sempre, certo? Na verdade, já cheguei até a cogitar fazer algo como o Imperial(banda secular gótica) faz: Eles costumam se apresentar ao vivo com um CD da bateria gravada. Talvez eu possa fazer algo do tipo, não sei...
No myspace, você descreve que o som soa como um mix de Celtic Frost, Trouble. Essas bandas são referências para qualquer fã de doom (old) ou death que se preze. Você não teme que os fãs queiram mais do Crown Of Pain, já que você gravou apenas 2 múscias? Risos...
Ah, se o pessoal quiser mais, eu disfarço dizendo que a fama estraga o underground e por isso me recuso a gravar uma segunda demo para não me tornar comercial!(risos)
Falando sério, agora, para ser sincero eu nem esperava que a reação do povo ao Crown of Pain seria tão boa. Quer dizer, pensei que seria algo que apenas meus amigos se interessariam em ouvir, mas no fim das contas, já teve nego até da Suécia me pedindo cópias de Miserere Nobis! E a comunidade do Crown of Pain no Orkut está vagarosa mas constantemente aumentando o seu número de membros! É por causa desse tipo de gente, que hoje sente a mesma fome por doom que eu sentia em 1999 que eu garanto: Ainda tem MAIS coisas do Crown para aparecer. Podem esperar que doom demora, mesmo... ah, e esse negócio de Celtic Frost + Trouble não foi invenção minha, não, mas depois que me disseram, não tenho como discordar... Ainda mais agora que o Celtic Frost escancarou o seu lado doom... [Heder babando de imaginar como será o novo do Trouble]
Você já participou de outro projeto? Acha que tenha deixado algo de importante pra traz, nesse sentido?
Sim, de 99 a 04, tive a oportunidade de me envolver em um momento bem criativo do metal extremo cristão brasileiro. Nesse período eu fiz parte das primeiras formações do Eternal Saviour e do Nostre Anime, e em um último período, fiz parte do Dynamon Dark. Eu não acho que seria justo dizer que eu DEIXEI algo para trás. Na verdade, essas bandas ADICIONARAM muito à minha pessoa. Desde conhecer pessoas interessantíssimas até a aprender como respeitar o meu próprio trabalho artístico. E o que me deixa feliz é saber que das bandas que eu fiz parte, em nenhuma delas ocorreu o fenômeno de nenhum dos ex-membros abandonarem a música. Algumas ainda existem até hoje, como o Eternal Saviour, que ainda hoje me permanece como uma boa lição de perseverança! De dificuldade em dificuldade, Eduardo conseguiu para a banda uma formação própria e está levando um ótimo som na linha Within Temptation! Mais até do que Slechtvalk, Horde, Therion e Azbuk JUNTOS, ele é o exemplo que me inspira a pensar que um dia poderei ter uma formação fixa no Crown of Pain. Já no Nostre Anime, eu aprendi a ser artisticamente ousado. A mentalidade da Nilce, em termos de experimentação artística é semelhante à de figuras como Tom Warrior e Carlos Vândalo: Respeito às suas raízes e consciência de que a melhor forma de mostrar esse respeito é fazer com que a arte daqueles que te inspiraram não seja imitada e copiada, mas sempre levada um, dois, três, quatro passos adiante. Sem essa mentalidade, eu nunca teria pensado a sério em escrever músicas sobre meio ambiente, metodologia científica e astrofísica em uma banda de doom metal cristão. E o Dynamon Dark? Me deu a experiência necessária para saber que black metal cristão existe, sim. Unblack que não. E definitivamente, não é qualquer um que tem aquilo que é necessário para tocar BM cristão. Eu mesmo não tenho, e fico feliz de ter descoberto isso ainda em ensaios.
Você é um fã de metal em geral e parece que não tem um estilo 'que o chamaria de favorito, certo?' Mas o que o levou a apreciar metal cristão e escrever sobre isso?
O que me levou a apreciar metal cristão e escrever sobre ele? Dificil descrever. Diferente da maioria dos caras ligados à cena metal, eu não tive minha época de abandonar a fé e me envolver com álcool e drogas. Comecei curtindo Pearl Jam e achando Sepultura barulhento, e antes que eu pudesse perceber já usava camiseta do Megadeth e viajava com o som do Paradise Lost e Dorsal Atlântica. E é claro que nesse processo de devorar Rock Brigade e Metal Head(lamento pessoal, mas Valhalla e Roadie Crew não existiam naquela época!) eu acabei ouvindo falar em nomes como Bride e Mortification. Bom, o primeiro CD que eu comprei do Bride foi decepcionante(era aquele Best of – The End of The Age) em comparação com o Holy Land do Angra que eu ouvia na época. E o Mortification que eu conheci(Primitive Rhytm Machine) não causou-me metade do espanto que o Genocídio – Posthumous havia me causado, por isso eu acabei não dando muita atenção(risos). Porém, certo dia, em um SHOPPING CENTER em que eu caminhava com minha camiseta do Angra, fui abordado por um cara me perguntando se eu curtia metal. O cara me deu um flyerzinho de um show que iria ocorrer com algumas bandas que eu não conhecia(eu não costumava ir muito em shows, sempre fui tímido e tinha lá meu medo dos “metaleiros drogados”). Com muito esforço, percebi que aquela coisa grotesca no alto do papelzinho era na verdade o logo de uma banda que eu já tinha lido a respeito na Brigade: Antidemon. Resolvi dar uma chance ao metal cristão ao vivo, e lá fui eu. Além de Antidemon rolou também o Áquila(hoje Destra) e outra banda que não me lembro. As duas foram sem brilho nenhum para mim. Mas quando o Antidemon entrou... Aquelas caras feias(risos) e as guitarras lotadas de adesivos quase me fizeram ir para casa(mais risos), mas não precisei de mais de 10 minutos para me sentir em casa com aquela barulheira toda. Após o show eu comprei a demo da banda. E fui embora. Semanas depois descobri que eles costumavam tocar meio frequentemente no Copan e fui vê-los. Vendo aquele monte de bandas de diferentes estilos e igual motivação... Bom, o resto é história!
Que bandas você destacaria na cena atual do metal cristão? E me conte quais são 10 álbuns favoritos.
Hum... O cenário ATUAL do metal cristão não é algo que eu tenha acompanhado muito de perto, pelo menos nos últimos três anos(risos), mas ainda existem alguns nomes que merecem ser citados: O Crimson Moonlight, em primeiro lugar, por ter abandonado o black metal e encontrado definitivamente o seu estilo no death metal grotesco com letras teológicas gigantescas, bem como o Narnia, exemplo de que o cristão passa por suas crises, mas nunca desiste da luta. Bem, como disse, não tenho muitas ATUAIS para destacar... Sei que algumas bandas cristãs(principalmente as de metalcore) tem conseguido bastante destaque na cena secular, mas eu não escuto a maioria delas, infelizmente.1.Iron Maiden - Somewhere in Time2.Angra - Holy Land3.Paramaecium - Within the Ancient Forest4.Bride - Live to Die5.Celtic Frost - Morbid Tales6.Candlemass - Nightfall7.Sarcófago - The Worst8.Mortification - Scrolls of the Megilloth9.Edge of Sanity - Crimson10.Crimson Moonlight - Veil of Remembrance
Rola algum desconforto pra alguma bandas cristãs serem chamadas de white-metal. Qual seria o seu problema com isso?
White metal é coisa de branco, eu sou é afro!(risos) Na real, a minha visão sobre o termo white metal é meio diferente da comumente aceita. Em primeiro lugar, eu não vejo black metal especificamente como metal com letras diabólicas, mas sim como algo mais voltado à noção de negação dos valores da religião e da espiritualidade. ISSO é true black metal nos moldes apresentados pelas letras do Sarcófago e Venom. Seguindo essa lógica, considero como white metal não especificamente o metal cristão, mas todo o metal que apresenta uma visão centrada na RELIGIÃO como tema principal, não importa QUAL a religião que a banda adota. Assim, nesse sentido, o Therion é uma banda white(Magia gnóstica), assim como o Acheron(Satanismo), Orphaned Land(Judaísmo), Mortification(cristianismo) e muitos outros. Tendo em vista essa questão, o MEU problema com isso é que eu tenho a minha religião(cristianismo) e respeito o direito das pessoas escolherem as suas religiões, por mais estranhas ou erradas que me pareçam. Além disso, não podemos esquecer que o próprio termo white metal sempre carregou uma conotação de “bible bashing”. É uma questão longa e eu poderia esticar a discussão por muito tempo e ainda deixá-la em aberto, então prefiro concluir essa questão dizendo algo que quando as bandas me diziam, eu nunca entendia completamente: Crown of Pain não é uma banda cristã. É uma banda de metal cujo único membro é um cristão, aborda temas cristãos em suas letras, vive a vida cristã, mas sabe respeitar quem quer apenas ouvir bom metal.
Eu não vejo hoje em dia aquele espírito 'christian metal' entre as bandas como era antigamente. Acho que metal cristão se tornou apenas um 'estilo musical' e o que ele representa, parece não ser mais o que foco de muitas bandas. Você tem algo a dizer sobre essa dura crítica a uma cena pela a qual eu amo e que você é testemunha isso........!!!?
Acho que a questão anterior respondeu um pouco disso. Quer dizer, o problema não é o pessoal querem levar as suas bandas para serem bandas bem-sucedidas do metal. O problema é as pessoas usarem a desculpa do metal cristão para passar a vida inteira “tocando pra crente” fazendo caras de metaleiros malvados e não fazendo o que deve ser feito pelo VERDADEIRO metal cristão: Evangelizar os que não conhecem a Cristo! Ah, claro, há o OUTRO problema também: A banda que se diz cristã e que quando alcança um pouco de fama passa a renegar tudo o que fez que levava o nome de Cristo. Trocam Deus por Baal, para dizer de forma simples. Exatamente, estou falando SIM do Evanescence!
Last words ??
Last words? Jamais! Eu apenas vou parar para respirar um pouco, mas qualquer um dos leitores que quiser continuar essa conversa, fique a vontade para me mandar um e-mail: gladius_dei_br@hotmail.com, visitar o site do Crown (http://crownofpain.cjb.net). Se você não quer conversa, quer som, visite www.myspace.com/crownofpain e aumente BEM o volume!
E a você, Norman, eu só posso agradecer! Tanto por esse espaço aqui e agora no seu e-zine que só Deus sabe o esforço que você tem para manter como um testamento daqueles que ainda lêem fanzine de papel e sabem o valor que eles têm(isso é algo muito dificil de colocar na cabeça do povo, hoje em dia). E é claro, correndo o risco de soar pessoal e piegas demais, obrigado pela amizade e apoio sempre presentes desde os tempos de The Book Zine e pelas inúmeras AULAS de metal cristão!
Pra acabar, agora, eu prometo: Leitor, não importa se você vai ou não em alguma igreja, quer ou não ter uma banda ou se você vê ou não algum sentido nesse falatório todo. Lembre-se, acima de tudo: Deus te ama, te conhece, sabe do seu problema e se Ele está permitindo que você passe por ele, acredite, não é à toa. Não perca a confiança nele. Dê-lhe a chance de agir e veja como Ele pode te surpreender.
Crown Of Pain - Os espinhos do Underground.
Para uma banda sobreviver no underground, é uma questão de vida ou morte, se assim fossemos analisar profundamente. Talvez sejam as dificuldades que penalizam o underground, mas pra quem ‘quer’ entrar nesse mundo, é preciso no mínimo muita dedicação e amar mesmo aquilo que faz. O Crown Of Pain, é um projeto do ‘one band man’ Heder, um sujeito misteriosos, calmo e muito inteligente. E também mais um que não desiste de lutar por aquilo que a música um dia o tocou e manter vivo isso. Ee foi chamado pra lutar por ela, e que não reste dúvida disso. Então conheça o cara, da entrevista... By Norman
Você trabalhava com o fanzine The Book, o único que escrevia sobre metal cristão, secular e RPG. Porque o fanzine acabou?
Heder- Pois é... O The Book Zine. Muitos foram os motivos que me levaram a decidir pelo fim daquela publicação. O principal dentre eles foi o fato de eu ter começado a fazer faculdade em 2004(concluirei em 2007), e isso simplesmente ACABOU com o tempo que eu tinha disponível para fazer um zine de qualidade, com bandas que realmente tivessem algo a dizer e com boas indicações de literatura. Isso pra não falar do RPG! Em condições normais, você já precisa de um bom tempo livre para criar aventuras apenas para diversão, então o que dizer de aventuras com a finalidade de divulgar a fé cristã? Eu cheguei a TENTAR fazer um The Book n.7, que contaria com entrevistas com o Troglodyte Dawn, Veni Domine, Avec Tristesse, Seth(seculares) e Orphaned Land(não-cristão nem secular: Judeu!). Posteriormente, tentei uma última cartada, que seria direcionar o The Book apenas para Doom/Goth/Stoner cristão e criar outra publicação (Eleventh Dimension Zine) que abrangeria toda essa característica de múltiplas facetas de modo a não parecer uma publicação “constrangedora” para bandas seculares e nem uma “obra do diabo” para bandas cristãs, mas no fim das contas... Não pude negar minha filosofia de “se for fazer algo, faça-o bem-feito”. Ora, eu fiz o The Book por creio que uns três anos bem-feitos, então acho que é justo que eu dedique uns quatro anos para fazer uma faculdade bem-feita e DEPOIS aparecer com algo novo e de qualidade do que ficar torturando nosso já sofrido underground com uma publicação de baixa qualidade, certo?
As pessoas, entre elas os cristãos, tem um conceito errado sobre o RPG. Como você as convenceria com suas próprias palavras, de que o RPG não é 'from hell' como eles pintam... E já que eu sei que o seu Pai é um Pastor, gostaria de saber o que ele acha desse seu ritual... Risos... E também por curtir heavy metal... Mais risos...
Pois é... O conceito “cristão” sobre o que é RPG é realmente um lance que sempre foi uma pedra no sapato. Sem sombra de dúvida, essa foi a razão MAIOR que levou-me a criar o zine. Ah, e eu coloco “cristão” aqui entre aspas apenas para esclarecer que a idéia de RPG como algo demoníaco não tem nenhum embasamento na fé cristã, mas apenas na nossa cultura hiper medrosa, supersticiosa e preguiçosa de pensar, que sempre acha melhor culpar o desconhecido do que efetivamente conhecê-lo e ver as coisas como são. Porém, É CLARO que existe o outro lado, e eu duvidaria da seriedade de qualquer cristão que dissesse não acreditar na existência de Lúcifer ou que ele realmente usa os homens e todas as obras humanas como lhe convém para seus propósitos malignos. No final das contas, acabo enquadrando o efeito espiritual do RPG com o do próprio Heavy Metal: Cada um deve saber o seu próprio limite e respeitar os limites dos outros. Você sente que o RPG é algo que atrapalha sua comunhão com Deus? Que o desagrada? Que é usado pelo inimigo para interferir negativamente em sua vida? Não jogue, e se preferir ore pelos que jogam para que eles não abandonem o Senhor, mas NÃO TENTE empurrar para ninguém que RPG é demoníaco. Do mesmo jeito que deve ser feito com o metal, aliás. É o que eu mesmo faço, e tem funcionado muito bem! Quanto ao meu pai... Bom, acho que ele foge BEM do estereótipo de “pai intolerante contra o filho que curte metal/rpg”. De fato, quando eu comecei a jogar, ele expressou mais curiosidade a respeito de o que era esse negócio que estava fazendo seu filho tímido de 14 anos começar a se relacionar melhor com as pessoas do que propriamente preocupação com rituais e nomes estranhos. Ei, ele curte filmes de ação, terror e coisas do tipo! Indiana Jones, Star Wars e principalmente Star Trek são coisas que ele GOSTA de ver! Ele ainda lembra dos filmes de ficção científica que ele via na adolescência(você não imagina como isso foi TEMPOS atrás... Hehehehe)! Juntando tudo isso, MESMO ele sendo um pastor, ou talvez JUSTAMENTE por ele ser um pastor, é dificil pensar em um cara que não quer que seu filho tenha uma diversão saudável e inteligente.
E sobre a sua banda. O Crown Of Pain? Você é um cara inspirado naquelas One Band Man? Ou isso aconteceu por que não encontrou ninguém em tempo para um Line Up Full? Bandas como o Horde e Slechtvalk, eram praticamente Isso.. Comente , por favor ...
Pois é... Quanto ao Crown of Pain, podemos dizer que foi um pouco de cada coisa. Eu sempre gostei das bandas que dão aquele ar de “um gênio solitário”, como os bem-citados Horde e Slechtvalk, além é claro do Bathory e Therion, que nunca poderão ser esquecidos em uma relação de one-man-bands realmente relevantes para a história do metal. Pois bem, além dessa apreciação, havia ainda a agravante de eu gostar MUITO de death/doom e ter começado a nutrir meus anseios de montar uma banda JUSTAMENTE em uma época em que todo mundo queria tocar apenas gothic metal e black melódico/sinfônico. Ora, para não ficar inativo, acabei me afiliando a algumas bandas nesses estilos, mas nunca abandonei a intenção de tocar doom. Inclusive, as músicas que eu cheguei a compor nesse período não foram mostradas aos meus companheiros de bandas anteriores, pois eu sentia que isso seria como uma traição ao Crown of Pain ainda não nascido. Foi essa perseverança que fez com que afinal, em 2004 eu lançasse a demo.
Você gravou uma demo [Miserere Nobis]. Nos diga o que significa ‘miserere Nobis’ e fale das músicas, Screams of Nature e Antipathy.
Bom, vamos lá: Miserere Nobis é um trecho da missa católica em latim, que significa “(Senhor,)tem compaixão de nós”. Apesar de toda a cisma entre católicos e protestantes, eu acho essa frase muito tocante e creio que ela resume de forma muito eficiente o que deve ser o doom metal do ponto de vista cristão. De fato, ela diz muito sobre o doom metal na visão secular, também. É o reconhecimento do pecado e da necessidade do perdão divino, que é aceito sem merecimento algum, apenas porque Deus tem compaixão de nós. Bem protestante, olhando desse lado, hein? Hehehe!
Quanto às faixas... Bem, pra ser sincero com vocês e comigo mesmo, devo dizer que MUSICALMENTE, eu gosto muito delas e gostaria mesmo que não fosse eu cantando e urrando. Quanto a isso, não faço nenhuma reclamação, realmente foi uma forma bem-sucedida de materializar o tipo de death/doom que eu mais curto. Claro que o meu inglês era mil vezes pior do que hoje, na época em que eu as escrevi, mas e daí? Seria preocupante se meu inglês fosse bom naquela época e HOJE estivesse decaindo! Hehehehe! Como elementos individuais, podemos dizer que as duas músicas apresentam faces diferentes: Screams of Nature soa de maneira desavergonhada como o Celtic Frost fazendo uma jam com o Trouble(claro que tal jam, se rolasse, envolveria álcool o suficiente para fazer um carro andar de São Paulo até o Ceará, mas tudo bem) e jogando um vocal gutural que em primeiro lugar não era MEU plano fazer, mas como eu não achava ninguém que quisesse, tive que arriscar. A letra toca num tópico um tanto quanto abandonado pelos cristãos, que é o impacto que a ganância humana tem sobre o meio-ambiente. Esse é um tema que sempre me interessou e que eu realmente levo a sério. Já Antipathy(que de acordo com um camarada meu lembra um pouco de Anathema e Katatonia antigos) apresenta uma face de lamento individual, sentimental e existencial e quanto a isso não posso mentir: Eu mesmo passo pela situação descrita na letra por várias vezes. Inclusive com a parte de lembrar de me voltar a Deus ao invés de me trancar em meus lamentos. É algo que todos nós passamos e que como cristãos tendemos a ignorar ou fingir que não acontece conosco, mas assumir o problema é a melhor forma de combatê-lo. Claro, não posso deixar de salientar que a parte instrumental no meio desta música é também meio que uma homenagem aos góticos fãs de Sisters of Mercy, Depeche Mode, The Mission e coisas do tipo.
Você pretende levar o Crown Of Pain pros palcos?
Quem sabe? Se até o Horde conseguiu uma line-up para uma apresentação, o que impede que algum dia tenhamos num palco um Crown of Pain com dois guitarristas, um baixista, um vocalista, uma vocalista, um tecladista e um baterista? Afinal, não podemos depender do Paramaecium para sempre, certo? Na verdade, já cheguei até a cogitar fazer algo como o Imperial(banda secular gótica) faz: Eles costumam se apresentar ao vivo com um CD da bateria gravada. Talvez eu possa fazer algo do tipo, não sei...
No myspace, você descreve que o som soa como um mix de Celtic Frost, Trouble. Essas bandas são referências para qualquer fã de doom (old) ou death que se preze. Você não teme que os fãs queiram mais do Crown Of Pain, já que você gravou apenas 2 múscias? Risos...
Ah, se o pessoal quiser mais, eu disfarço dizendo que a fama estraga o underground e por isso me recuso a gravar uma segunda demo para não me tornar comercial!(risos)
Falando sério, agora, para ser sincero eu nem esperava que a reação do povo ao Crown of Pain seria tão boa. Quer dizer, pensei que seria algo que apenas meus amigos se interessariam em ouvir, mas no fim das contas, já teve nego até da Suécia me pedindo cópias de Miserere Nobis! E a comunidade do Crown of Pain no Orkut está vagarosa mas constantemente aumentando o seu número de membros! É por causa desse tipo de gente, que hoje sente a mesma fome por doom que eu sentia em 1999 que eu garanto: Ainda tem MAIS coisas do Crown para aparecer. Podem esperar que doom demora, mesmo... ah, e esse negócio de Celtic Frost + Trouble não foi invenção minha, não, mas depois que me disseram, não tenho como discordar... Ainda mais agora que o Celtic Frost escancarou o seu lado doom... [Heder babando de imaginar como será o novo do Trouble]
Você já participou de outro projeto? Acha que tenha deixado algo de importante pra traz, nesse sentido?
Sim, de 99 a 04, tive a oportunidade de me envolver em um momento bem criativo do metal extremo cristão brasileiro. Nesse período eu fiz parte das primeiras formações do Eternal Saviour e do Nostre Anime, e em um último período, fiz parte do Dynamon Dark. Eu não acho que seria justo dizer que eu DEIXEI algo para trás. Na verdade, essas bandas ADICIONARAM muito à minha pessoa. Desde conhecer pessoas interessantíssimas até a aprender como respeitar o meu próprio trabalho artístico. E o que me deixa feliz é saber que das bandas que eu fiz parte, em nenhuma delas ocorreu o fenômeno de nenhum dos ex-membros abandonarem a música. Algumas ainda existem até hoje, como o Eternal Saviour, que ainda hoje me permanece como uma boa lição de perseverança! De dificuldade em dificuldade, Eduardo conseguiu para a banda uma formação própria e está levando um ótimo som na linha Within Temptation! Mais até do que Slechtvalk, Horde, Therion e Azbuk JUNTOS, ele é o exemplo que me inspira a pensar que um dia poderei ter uma formação fixa no Crown of Pain. Já no Nostre Anime, eu aprendi a ser artisticamente ousado. A mentalidade da Nilce, em termos de experimentação artística é semelhante à de figuras como Tom Warrior e Carlos Vândalo: Respeito às suas raízes e consciência de que a melhor forma de mostrar esse respeito é fazer com que a arte daqueles que te inspiraram não seja imitada e copiada, mas sempre levada um, dois, três, quatro passos adiante. Sem essa mentalidade, eu nunca teria pensado a sério em escrever músicas sobre meio ambiente, metodologia científica e astrofísica em uma banda de doom metal cristão. E o Dynamon Dark? Me deu a experiência necessária para saber que black metal cristão existe, sim. Unblack que não. E definitivamente, não é qualquer um que tem aquilo que é necessário para tocar BM cristão. Eu mesmo não tenho, e fico feliz de ter descoberto isso ainda em ensaios.
Você é um fã de metal em geral e parece que não tem um estilo 'que o chamaria de favorito, certo?' Mas o que o levou a apreciar metal cristão e escrever sobre isso?
O que me levou a apreciar metal cristão e escrever sobre ele? Dificil descrever. Diferente da maioria dos caras ligados à cena metal, eu não tive minha época de abandonar a fé e me envolver com álcool e drogas. Comecei curtindo Pearl Jam e achando Sepultura barulhento, e antes que eu pudesse perceber já usava camiseta do Megadeth e viajava com o som do Paradise Lost e Dorsal Atlântica. E é claro que nesse processo de devorar Rock Brigade e Metal Head(lamento pessoal, mas Valhalla e Roadie Crew não existiam naquela época!) eu acabei ouvindo falar em nomes como Bride e Mortification. Bom, o primeiro CD que eu comprei do Bride foi decepcionante(era aquele Best of – The End of The Age) em comparação com o Holy Land do Angra que eu ouvia na época. E o Mortification que eu conheci(Primitive Rhytm Machine) não causou-me metade do espanto que o Genocídio – Posthumous havia me causado, por isso eu acabei não dando muita atenção(risos). Porém, certo dia, em um SHOPPING CENTER em que eu caminhava com minha camiseta do Angra, fui abordado por um cara me perguntando se eu curtia metal. O cara me deu um flyerzinho de um show que iria ocorrer com algumas bandas que eu não conhecia(eu não costumava ir muito em shows, sempre fui tímido e tinha lá meu medo dos “metaleiros drogados”). Com muito esforço, percebi que aquela coisa grotesca no alto do papelzinho era na verdade o logo de uma banda que eu já tinha lido a respeito na Brigade: Antidemon. Resolvi dar uma chance ao metal cristão ao vivo, e lá fui eu. Além de Antidemon rolou também o Áquila(hoje Destra) e outra banda que não me lembro. As duas foram sem brilho nenhum para mim. Mas quando o Antidemon entrou... Aquelas caras feias(risos) e as guitarras lotadas de adesivos quase me fizeram ir para casa(mais risos), mas não precisei de mais de 10 minutos para me sentir em casa com aquela barulheira toda. Após o show eu comprei a demo da banda. E fui embora. Semanas depois descobri que eles costumavam tocar meio frequentemente no Copan e fui vê-los. Vendo aquele monte de bandas de diferentes estilos e igual motivação... Bom, o resto é história!
Que bandas você destacaria na cena atual do metal cristão? E me conte quais são 10 álbuns favoritos.
Hum... O cenário ATUAL do metal cristão não é algo que eu tenha acompanhado muito de perto, pelo menos nos últimos três anos(risos), mas ainda existem alguns nomes que merecem ser citados: O Crimson Moonlight, em primeiro lugar, por ter abandonado o black metal e encontrado definitivamente o seu estilo no death metal grotesco com letras teológicas gigantescas, bem como o Narnia, exemplo de que o cristão passa por suas crises, mas nunca desiste da luta. Bem, como disse, não tenho muitas ATUAIS para destacar... Sei que algumas bandas cristãs(principalmente as de metalcore) tem conseguido bastante destaque na cena secular, mas eu não escuto a maioria delas, infelizmente.1.Iron Maiden - Somewhere in Time2.Angra - Holy Land3.Paramaecium - Within the Ancient Forest4.Bride - Live to Die5.Celtic Frost - Morbid Tales6.Candlemass - Nightfall7.Sarcófago - The Worst8.Mortification - Scrolls of the Megilloth9.Edge of Sanity - Crimson10.Crimson Moonlight - Veil of Remembrance
Rola algum desconforto pra alguma bandas cristãs serem chamadas de white-metal. Qual seria o seu problema com isso?
White metal é coisa de branco, eu sou é afro!(risos) Na real, a minha visão sobre o termo white metal é meio diferente da comumente aceita. Em primeiro lugar, eu não vejo black metal especificamente como metal com letras diabólicas, mas sim como algo mais voltado à noção de negação dos valores da religião e da espiritualidade. ISSO é true black metal nos moldes apresentados pelas letras do Sarcófago e Venom. Seguindo essa lógica, considero como white metal não especificamente o metal cristão, mas todo o metal que apresenta uma visão centrada na RELIGIÃO como tema principal, não importa QUAL a religião que a banda adota. Assim, nesse sentido, o Therion é uma banda white(Magia gnóstica), assim como o Acheron(Satanismo), Orphaned Land(Judaísmo), Mortification(cristianismo) e muitos outros. Tendo em vista essa questão, o MEU problema com isso é que eu tenho a minha religião(cristianismo) e respeito o direito das pessoas escolherem as suas religiões, por mais estranhas ou erradas que me pareçam. Além disso, não podemos esquecer que o próprio termo white metal sempre carregou uma conotação de “bible bashing”. É uma questão longa e eu poderia esticar a discussão por muito tempo e ainda deixá-la em aberto, então prefiro concluir essa questão dizendo algo que quando as bandas me diziam, eu nunca entendia completamente: Crown of Pain não é uma banda cristã. É uma banda de metal cujo único membro é um cristão, aborda temas cristãos em suas letras, vive a vida cristã, mas sabe respeitar quem quer apenas ouvir bom metal.
Eu não vejo hoje em dia aquele espírito 'christian metal' entre as bandas como era antigamente. Acho que metal cristão se tornou apenas um 'estilo musical' e o que ele representa, parece não ser mais o que foco de muitas bandas. Você tem algo a dizer sobre essa dura crítica a uma cena pela a qual eu amo e que você é testemunha isso........!!!?
Acho que a questão anterior respondeu um pouco disso. Quer dizer, o problema não é o pessoal querem levar as suas bandas para serem bandas bem-sucedidas do metal. O problema é as pessoas usarem a desculpa do metal cristão para passar a vida inteira “tocando pra crente” fazendo caras de metaleiros malvados e não fazendo o que deve ser feito pelo VERDADEIRO metal cristão: Evangelizar os que não conhecem a Cristo! Ah, claro, há o OUTRO problema também: A banda que se diz cristã e que quando alcança um pouco de fama passa a renegar tudo o que fez que levava o nome de Cristo. Trocam Deus por Baal, para dizer de forma simples. Exatamente, estou falando SIM do Evanescence!
Last words ??
Last words? Jamais! Eu apenas vou parar para respirar um pouco, mas qualquer um dos leitores que quiser continuar essa conversa, fique a vontade para me mandar um e-mail: gladius_dei_br@hotmail.com, visitar o site do Crown (http://crownofpain.cjb.net). Se você não quer conversa, quer som, visite www.myspace.com/crownofpain e aumente BEM o volume!
E a você, Norman, eu só posso agradecer! Tanto por esse espaço aqui e agora no seu e-zine que só Deus sabe o esforço que você tem para manter como um testamento daqueles que ainda lêem fanzine de papel e sabem o valor que eles têm(isso é algo muito dificil de colocar na cabeça do povo, hoje em dia). E é claro, correndo o risco de soar pessoal e piegas demais, obrigado pela amizade e apoio sempre presentes desde os tempos de The Book Zine e pelas inúmeras AULAS de metal cristão!
Pra acabar, agora, eu prometo: Leitor, não importa se você vai ou não em alguma igreja, quer ou não ter uma banda ou se você vê ou não algum sentido nesse falatório todo. Lembre-se, acima de tudo: Deus te ama, te conhece, sabe do seu problema e se Ele está permitindo que você passe por ele, acredite, não é à toa. Não perca a confiança nele. Dê-lhe a chance de agir e veja como Ele pode te surpreender.
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