Hail true Horde!!! Devo confessar que não sou um típico fã de black metal, mas o Horde sempre me fascinou, se assim posso me dá esse luxo. Para um metalhead cristão ativista, como eu, tenho estado mais perto da cena, mais do que posso. Believe or not, são muitos anos de dedicação. Não sou o braço direito, tão pouco o esquerdo, mas faço o que posso, e honestamente, às vezes, sinto que posso fazer mais... Voltando ao Horde, eu fiquei impressionado, com o fato de estarem dizendo por ai, que eles vão tocar ao vivo. Pra mim, é uma excelente notícia, e sai por ai (na net) especulando informações, e tudo indica que o Horde, toque no Nordic Fest, onde o Line Up, ainda não foi divulgado. Bem, uma das coisas que consegui, foi uma entrevista ‘exclusiva’ publicada recentemente no site Son Of Man Records.
HORDE – O original Unblack metal
By Erasmus
Em 1994, a gravadora alemã Nuclear Blast fechou um contrato com um suposto residente anônimo da Noruega(que na verdade era um residente da Austrália) com o codinome de Horde. Ele gravou um álbum que a maioria dos fãs de metal cristão conhece como o legado de Hellig Usvart. Foi o primeiro álbum de black metal lançado por uma grande gravadora na esfera da música cristã.
Tornou-se comum referir-se ao Horde como Anonymous com o passar dos anos, mas com o passar do tempo, foi descoberta a verdadeira identidade de Anonymous. Ele era o talentoso Jayson Sherlocke, o ex-baterista do Mortification e Paramaecium.
Isso tudo causou tanto impacto que há rumores de que ameaças de morte foram feitas contra Mark Staiger da Nuclear Blast bem como contra o Horde. Em 1995, exatamente quando Steve Rowe fundou sua gravadora, a Rowe Productions, ele decidiu comprar as cópias restantes do álbum e distribuí-las mundialmente. Não demorou para que a questão do "holy unblack" metal se tornasse tão grande(do ponto de vista da música cristã) que todos os que haviam ouvido esse tipo de música decidiram chamar todo o black metal cristão de holy unblack. Isso mexeu com muitos satanistas, e em minha opinião, prova que Deus age de maneiras misteriosas. Mesmo se Ele tiver de usar o black metal para trazer as pessoas para Cristo, Sua vontade sempre será feita.
Parece sempre haver um boato passando de pessoa para pessoa sobre um novo álbum do Horde no futuro. Toda vez que esse boato me alcança, eu tenho que rastreá-lo de volta de pessoa em pessoa até encontrar a sua fonte, e no fim das contas, é sempre um rumor que eles ouviram e decidiram espalhar. Por isso, eu vou dar um fim a todos os rumores agora. Aqui vai uma informação proveitosa que vocês deverão saber.
Em uma entrevista com a Wreathe of Thorns magazine, Steve Rowe da Rowe Productions, na página 11 da edição 9, de julho de 1999, disse o seguinte:
WoT – "Constantemente (E eu digo constantement!!) as pessoas nos perguntam sobre as chances de um novo álbum do Horde. Você poderia lançar uma luz sobre o assunto aqui e agora?"
S.R. - "Não haverá nenhum álbum. O membro do Horde não está interessado. No entanto, haverá um relançamento do primeiro álbum, e ele estará disponível pelo escritório da Rowe Productions nos EUA no fim do ano. Será vendido para revenda e para consumidores. O preço será mais ou menos 22 dólares."
Pronto. Agora, quando alguém te disser que o Horde vai lançar um disco novo, você pode ou falar-lhe deste site ou da revista, pois muito provavelmente nunca haverá outro álbum do Horde novamente. Hellig Usvart é único no sentido de que será o único projeto do Horde em todos os tempos!
Apesar de muitas pessoas, tanto cristãs como não-cristãs irão afirmar que chamar o som de "holy unblack" ao invés do original black não mudará nada, e que isso serve apenas para suavizar o título, eles estão errados. Na minha experiência com a música, as pessoas e as reações das pessoas aos nomes, isso muda totalmente o ponto de perspectiva no assunto. Além disso, ao dar a esses estilos cristãos contemporâneos títulos diferentes, nós, cristãos, mostramos que há uma diferença entre a música secular e a música cristã. Como cristãos, nós estamos neste mundo, mas não somos dele. Queremos nos separar das maneiras do mundo, e não ser parte delas.
Como a maioria de vocês deve saber, eu nunca fui um fã de Horde. O maior motivo para o meu desgosto foi a avalanche de bandas cristãs imitadoras que o seguiu. Apesar disso, eu tenho a noção de que por ser o primeiro projeto de unblack, a sua voz é uma que exige um nível de respeito e atenção superiores às dos adolescentes nos fóruns da internet . Após esta entrevista com Anonymous, eu passei a respeitar tanto o Horde como projeto, quanto Anonymous como um guerreiro do unblack. Nós dois somos pessoas muito ocupadas, por isso mantivemos a entrevista curta e dentro de um foco. Faça bom proveito.
Erasmus: Existe bastante confusão a respeito do objetivo original de 'Hellig Usvart'. Há quem diga que ele não foi planejado para ser um lançamento sério, e sim uma paródia que ridiculariza a cena black metal. Você poderia esclarecer um pouco este assunto? Em algum momento você quis zombar do black metal?
Anonymous: Ao redor da cena black metal mundial, tudo o que eu sempre via era um vácuo negro, opressivo, negativo e desprovido de esperança. Tudo o que eu tentei fazer foi levar a luz àquelas trevas. Dar uma alternativa que fosse musicalmente comparável à cena em que eu estava tentando me infiltrar para mostrar um pouco de esperança e luz. Foi isso. Nada de zombaria, paródia ou piadas. Eu nunca zombaria de qualquer estilo de música, nem dos músicos envolvidos. Eu os respeito muito. A música do Immortal, Emperor, Dimmu Borgir, Satyricon, etc. É incrível e impressionante. É possível demonstrar respeito, mesmo discordando com o conteúdo lírico. Eu quis permanecer incógnito por tanto tempo quanto fosse possível, para manter o mistério. Eu não resisti à semelhança entre Anonymous e Euronymous, por isso, apesar da existência de Euronymous, eu adotei o nome de Anonymous. É apenas uma coincidência que as duas palavras sejam tão parecidas. Já a referência a 'Unblack Mark' foi um trocadilho com a 'Black Mark Records', que é a gravadora do Bathory. Este foi o ÚNICO elemento bem-humorado em todo o projeto.
Anonymous: Ao redor da cena black metal mundial, tudo o que eu sempre via era um vácuo negro, opressivo, negativo e desprovido de esperança. Tudo o que eu tentei fazer foi levar a luz àquelas trevas. Dar uma alternativa que fosse musicalmente comparável à cena em que eu estava tentando me infiltrar para mostrar um pouco de esperança e luz. Foi isso. Nada de zombaria, paródia ou piadas. Eu nunca zombaria de qualquer estilo de música, nem dos músicos envolvidos. Eu os respeito muito. A música do Immortal, Emperor, Dimmu Borgir, Satyricon, etc. É incrível e impressionante. É possível demonstrar respeito, mesmo discordando com o conteúdo lírico. Eu quis permanecer incógnito por tanto tempo quanto fosse possível, para manter o mistério. Eu não resisti à semelhança entre Anonymous e Euronymous, por isso, apesar da existência de Euronymous, eu adotei o nome de Anonymous. É apenas uma coincidência que as duas palavras sejam tão parecidas. Já a referência a 'Unblack Mark' foi um trocadilho com a 'Black Mark Records', que é a gravadora do Bathory. Este foi o ÚNICO elemento bem-humorado em todo o projeto.
E: Com o lançamento de Hellig Usvart como uma forma de levar a luz às trevas da cena black metal, como você se sente pela maioria dos discos serem na verdade comprados por cristãos?
A: Acho que isso ia acabar acontecendo, mesmo, apesar de não ter sido essa a minha intenção original com o álbum. De qualquer maneira, estou feliz que as pessoas estejam sendo abençoadas por ele, então está OK. Eu apenas queria ir o mais longe possível em direção às trevas. Eu sabia que o 'Hellig' não mudaria o mundo ou que causaria uma conversão e mudança de vida radical em todos os que comprassem uma cópia. Essa nunca foi a intenção. A intenção era dar esperança e uma alternativa divina a às pessoas que precisassem. Mostrar-lhes a verdade, para que eles pudessem escolher como agir. É por isso que Deus nos deu o livre arbítrio, Ele NUNCA nos pressiona. Os cristãos fazem bastante pressão, mas Ele não. É uma lição para aprendermos.
E: Você teve algum retorno positivo do pessoal black metal, ou soube do seu disco ter sido uma influência positiva para alguém? A: Eu ouvi algumas histórias, uma delas sobre um cara que estava profundamente envolvido com as trevas, black metal e bruxaria. Eu ouvi dizer que o 'Hellig' causou-lhe uma mudança de vida a ponto dele começar a freqüentar a igreja... Isso foi muito legal. Eu realmente não tenho muito contato com o pessoal que comprou o disco, mas creio que irei saber melhor sobre o impacto da obra quando eu partir deste mundo.
E: Você já foi seriamente ameaçado de morte por causa do Hellig Usvart?
A: Essas coisas sempre chegam até mim de segunda mão. Eu nunca recebi NENHUMA ameaça de morte pessoalmente. Eu ouço falar sobre elas, mas apenas isso. Eu nunca temi por minha vida, e ainda não temo. Quer dizer, quantas bandas de unblack existem na Noruega?? Creio que um bom punhado. Uma banda norueguesa até teve a participação de uma lenda do black metal em seu álbum ANTES que ele soubesse que se tratavam de cristãos. Então, se eles conseguiram chegar a este ponto, eu não tenho nada a temer.
E: Exatamente o que inspirou o título 'Hellig Usvart'?
A: Eu vi na contracapa de um disco antigo do Dark Throne a frase: 'Dark Throne play Unholy Black Metal'. O Horde sempre seria liricamente oposto a isso, portanto: 'Holy Unblack Metal'. Acho que foi isso que gerou o nome ou título 'unblack'. A música soava como BM, mas por causa das letras e do espírito que estava por trás de tudo, não era BM.
E: Você preferiu usar "Holy Unblack" em vez de "Holy Black". Você acha que a ideologia anticristã era, pelo menos originalmente, um elemento fundamental do black metal? Você acha possível que o metal cristão se torne realmente 'black'?
A: Eu NÃO acredito que seja possível para o metal cristão se tornar realmente 'black'. E eu acredito que a 'defesa de uma ideologia satânica' certamente seja útil à causa do black metal. O black metal mudou e se desenvolveu tanto sonora quanto musicalmente, com o passar dos anos, afastando-se dos temas simplesmente 'satânicos' dos seus primeiros anos e chegando às letras atuais, mais poéticas e narrativas. Mas ainda permanecem os temas sombrios, arrepiantes, horrorizzantes e anti-divinos, que combinados com os vocais agudos rasgados, os blast beats, e a inconfundível guitarra motosserra criam o som do BM. Mas o que define o BM é o som e o sentimento sombrio, e as letras contribuem para isso. Eu acredito que o BM real não possui luz, e é desprovido de esperança, portanto o Horde nunca poderia ser classificado como 'Holy Black'. As letras do Horde são opostas às trevas. Na minha opinião, não pode haver 'Holy Black'. As trevas desaparecem na presença da luz. Ambas não podem coexistir.
E: Há algum significado por trás do nome 'horde'?
A: Acho que eu queria um nome com o sentido de uma 'horda' de seres angelicais ou coisa do tipo. Um enorme ajuntamento de força e poder se levantando contra um inimigo. Além disso, era um nome curto e eu pude desenhar um logo imediatamente com muita facilidade.
E: Você acha que a ênfase dada à 'agressão ao bode' por aqueles que você influenciou segue a intenção original do seu disco?
A: Não, eu não estava pensando em 'fórmulas unblack' durante a composição e gravação de 'Hellig Usvart'. Além disso, eu não esperava a explosão de bandas que viriam a copiar o que eu estava fazendo na época. Agressão ao bode? Isso me parece bem tolo. Se você ler a letra de 'Crush the bloodied horns of the goat', os versos: 'goat of blasphemy, satanic symbology' e 'symbolic representation of Satan' são usados para explicar a assim chamada 'agressão ao bode'. O sentido é destruir o 'simbolismo satânico' e a 'representação simbólica de Satanás'. Imagens de bodes costumam ser usadas para representar o nosso inimigo. Portanto, essa ênfase exagerada na 'agressão ao bode' não orienta os temas de 'Hellig Usvart', mas sim é um dos muitos aspectos temáticos presentes.
E: Você acha que o unblack metal poderá continuar eficiente como resposta ao black metal se ele não evoluir para algo além de 'destruição de chifres'?
A: Eu acho que não. As letras do 'Hellig Usvart' foram escritas 12 anos atrás. Tenho certeza de que se eu fosse fazer outro álbum do Horde hoje, os temas seriam diferentes e muito mais maduros, para não ficar atrás das letra poéticas e inteligentes(apesar de mal-orientadas) do BM moderno.
E: Qual a ligação que você acha que os cristãos devem ter com a cena black metal? Diversos projetos hoje lançam seus discos e chamam isso de 'ministério'. Você acha que a responsabilidade termina aí, ou que eles devem se envolver nas cenas locais, ir a shows, investir tempo no pessoal BM da sua área, etc? Ou você acha que existem outras coisas que devem ser feitas?
A: A questão toda é sobre RELACIONAMENTO. Se eles acreditam ter um chamado para a cena BM, então sim, elas devem ir aos shows, andar nas lojas de discos, ir em casas de som, se envolver e fazer amizades com pessoas legais. Só porque uma pessoa curte BM, isso não a torna um ogro. Porém, a menos que Deus diga a alguém especificamente 'vá ministrar para a galera BM', o melhor a fazer será manter-se longe. Estou falando para aqueles que não tem nada a ver com o metal em suas vidas. Porém, se você é forte na sua fé, curte metal, está nisso há muito tempo, e tem facilidade para se relacionar, para ser um verdadeiro amigo e irmão para esses caras, então faça-o. Deus irá te usar se você se fizer disponível, ouví-lo e obedecê-lo.
E: Recentemente foi comentado que há uma diferença entre música cristã e música anti-satânica. Pela definição atualmente usada, a única música 'cristã' no Hellig Usvart é Drink from the Chalice of Blood. Você acha que é uma declaração correta da sua música e de outros artistas unblack? O álbum foi criado de um ponto de vista cristão ou anti-satânico?
A: Não, essa declaração é incorreta quanto ao 'Hellig Usvart',e eu discordo que 'Drink from the Chalice of Blood' seja a única música cristã do álbum. O álbum aborda muito temas, incluindo profecia - (Behold the rising of the scarlet moon, Thine hour hast come, An abandoned grave, Total Armageddon Holocaust), liberdade - (Release and clothe), submissão - (Silence the blasphemous chanting), obediência, reverência - (Drink from the chalice, Invert the inverted cross). Portanto, o álbum foi criado de um ponto de vista cristão, anti-satânico, reverente, obediente, submisso, livre e profético.
E: O que você sente sobre o recente suicídio de Jon Nödtveidt do Dissection?
A: Tristeza. Eu me pergunto se alguém que REALMENTE amasse a sua vida daria um fim nela. Eu não entendo os argumentos por trás da decisão que ele tomou. Mas esse é o dom que lhe foi dado, o dom do livre arbítrio. Você realmente pode fazer o que quiser na vida, mas suas ações sempre terão conseqüências. Agora apenas Deus e Jon sabem quais foram essas conseqüências. Com certeza sua ausência será sentida.
E: Algum pensamento ou declaração final?
A: Tire o máximo de cada oportunidade que lhe aparecer. Não perca as grandes coisas que Deus deseja para você, Ele quer o MELHOR para você. Busque isso, agradeça-o por isso e assuma isso. Viva cada dia como se fosse o último. Nunca se sabe, talvez até seja.
Fonte: Entrevista em inglês - SON OF MAN RECORDS
A: Acho que isso ia acabar acontecendo, mesmo, apesar de não ter sido essa a minha intenção original com o álbum. De qualquer maneira, estou feliz que as pessoas estejam sendo abençoadas por ele, então está OK. Eu apenas queria ir o mais longe possível em direção às trevas. Eu sabia que o 'Hellig' não mudaria o mundo ou que causaria uma conversão e mudança de vida radical em todos os que comprassem uma cópia. Essa nunca foi a intenção. A intenção era dar esperança e uma alternativa divina a às pessoas que precisassem. Mostrar-lhes a verdade, para que eles pudessem escolher como agir. É por isso que Deus nos deu o livre arbítrio, Ele NUNCA nos pressiona. Os cristãos fazem bastante pressão, mas Ele não. É uma lição para aprendermos.
E: Você teve algum retorno positivo do pessoal black metal, ou soube do seu disco ter sido uma influência positiva para alguém? A: Eu ouvi algumas histórias, uma delas sobre um cara que estava profundamente envolvido com as trevas, black metal e bruxaria. Eu ouvi dizer que o 'Hellig' causou-lhe uma mudança de vida a ponto dele começar a freqüentar a igreja... Isso foi muito legal. Eu realmente não tenho muito contato com o pessoal que comprou o disco, mas creio que irei saber melhor sobre o impacto da obra quando eu partir deste mundo.
E: Você já foi seriamente ameaçado de morte por causa do Hellig Usvart?
A: Essas coisas sempre chegam até mim de segunda mão. Eu nunca recebi NENHUMA ameaça de morte pessoalmente. Eu ouço falar sobre elas, mas apenas isso. Eu nunca temi por minha vida, e ainda não temo. Quer dizer, quantas bandas de unblack existem na Noruega?? Creio que um bom punhado. Uma banda norueguesa até teve a participação de uma lenda do black metal em seu álbum ANTES que ele soubesse que se tratavam de cristãos. Então, se eles conseguiram chegar a este ponto, eu não tenho nada a temer.
E: Exatamente o que inspirou o título 'Hellig Usvart'?
A: Eu vi na contracapa de um disco antigo do Dark Throne a frase: 'Dark Throne play Unholy Black Metal'. O Horde sempre seria liricamente oposto a isso, portanto: 'Holy Unblack Metal'. Acho que foi isso que gerou o nome ou título 'unblack'. A música soava como BM, mas por causa das letras e do espírito que estava por trás de tudo, não era BM.
E: Você preferiu usar "Holy Unblack" em vez de "Holy Black". Você acha que a ideologia anticristã era, pelo menos originalmente, um elemento fundamental do black metal? Você acha possível que o metal cristão se torne realmente 'black'?
A: Eu NÃO acredito que seja possível para o metal cristão se tornar realmente 'black'. E eu acredito que a 'defesa de uma ideologia satânica' certamente seja útil à causa do black metal. O black metal mudou e se desenvolveu tanto sonora quanto musicalmente, com o passar dos anos, afastando-se dos temas simplesmente 'satânicos' dos seus primeiros anos e chegando às letras atuais, mais poéticas e narrativas. Mas ainda permanecem os temas sombrios, arrepiantes, horrorizzantes e anti-divinos, que combinados com os vocais agudos rasgados, os blast beats, e a inconfundível guitarra motosserra criam o som do BM. Mas o que define o BM é o som e o sentimento sombrio, e as letras contribuem para isso. Eu acredito que o BM real não possui luz, e é desprovido de esperança, portanto o Horde nunca poderia ser classificado como 'Holy Black'. As letras do Horde são opostas às trevas. Na minha opinião, não pode haver 'Holy Black'. As trevas desaparecem na presença da luz. Ambas não podem coexistir.
E: Há algum significado por trás do nome 'horde'?
A: Acho que eu queria um nome com o sentido de uma 'horda' de seres angelicais ou coisa do tipo. Um enorme ajuntamento de força e poder se levantando contra um inimigo. Além disso, era um nome curto e eu pude desenhar um logo imediatamente com muita facilidade.
E: Você acha que a ênfase dada à 'agressão ao bode' por aqueles que você influenciou segue a intenção original do seu disco?
A: Não, eu não estava pensando em 'fórmulas unblack' durante a composição e gravação de 'Hellig Usvart'. Além disso, eu não esperava a explosão de bandas que viriam a copiar o que eu estava fazendo na época. Agressão ao bode? Isso me parece bem tolo. Se você ler a letra de 'Crush the bloodied horns of the goat', os versos: 'goat of blasphemy, satanic symbology' e 'symbolic representation of Satan' são usados para explicar a assim chamada 'agressão ao bode'. O sentido é destruir o 'simbolismo satânico' e a 'representação simbólica de Satanás'. Imagens de bodes costumam ser usadas para representar o nosso inimigo. Portanto, essa ênfase exagerada na 'agressão ao bode' não orienta os temas de 'Hellig Usvart', mas sim é um dos muitos aspectos temáticos presentes.
E: Você acha que o unblack metal poderá continuar eficiente como resposta ao black metal se ele não evoluir para algo além de 'destruição de chifres'?
A: Eu acho que não. As letras do 'Hellig Usvart' foram escritas 12 anos atrás. Tenho certeza de que se eu fosse fazer outro álbum do Horde hoje, os temas seriam diferentes e muito mais maduros, para não ficar atrás das letra poéticas e inteligentes(apesar de mal-orientadas) do BM moderno.
E: Qual a ligação que você acha que os cristãos devem ter com a cena black metal? Diversos projetos hoje lançam seus discos e chamam isso de 'ministério'. Você acha que a responsabilidade termina aí, ou que eles devem se envolver nas cenas locais, ir a shows, investir tempo no pessoal BM da sua área, etc? Ou você acha que existem outras coisas que devem ser feitas?
A: A questão toda é sobre RELACIONAMENTO. Se eles acreditam ter um chamado para a cena BM, então sim, elas devem ir aos shows, andar nas lojas de discos, ir em casas de som, se envolver e fazer amizades com pessoas legais. Só porque uma pessoa curte BM, isso não a torna um ogro. Porém, a menos que Deus diga a alguém especificamente 'vá ministrar para a galera BM', o melhor a fazer será manter-se longe. Estou falando para aqueles que não tem nada a ver com o metal em suas vidas. Porém, se você é forte na sua fé, curte metal, está nisso há muito tempo, e tem facilidade para se relacionar, para ser um verdadeiro amigo e irmão para esses caras, então faça-o. Deus irá te usar se você se fizer disponível, ouví-lo e obedecê-lo.
E: Recentemente foi comentado que há uma diferença entre música cristã e música anti-satânica. Pela definição atualmente usada, a única música 'cristã' no Hellig Usvart é Drink from the Chalice of Blood. Você acha que é uma declaração correta da sua música e de outros artistas unblack? O álbum foi criado de um ponto de vista cristão ou anti-satânico?
A: Não, essa declaração é incorreta quanto ao 'Hellig Usvart',e eu discordo que 'Drink from the Chalice of Blood' seja a única música cristã do álbum. O álbum aborda muito temas, incluindo profecia - (Behold the rising of the scarlet moon, Thine hour hast come, An abandoned grave, Total Armageddon Holocaust), liberdade - (Release and clothe), submissão - (Silence the blasphemous chanting), obediência, reverência - (Drink from the chalice, Invert the inverted cross). Portanto, o álbum foi criado de um ponto de vista cristão, anti-satânico, reverente, obediente, submisso, livre e profético.
E: O que você sente sobre o recente suicídio de Jon Nödtveidt do Dissection?
A: Tristeza. Eu me pergunto se alguém que REALMENTE amasse a sua vida daria um fim nela. Eu não entendo os argumentos por trás da decisão que ele tomou. Mas esse é o dom que lhe foi dado, o dom do livre arbítrio. Você realmente pode fazer o que quiser na vida, mas suas ações sempre terão conseqüências. Agora apenas Deus e Jon sabem quais foram essas conseqüências. Com certeza sua ausência será sentida.
E: Algum pensamento ou declaração final?
A: Tire o máximo de cada oportunidade que lhe aparecer. Não perca as grandes coisas que Deus deseja para você, Ele quer o MELHOR para você. Busque isso, agradeça-o por isso e assuma isso. Viva cada dia como se fosse o último. Nunca se sabe, talvez até seja.
Fonte: Entrevista em inglês - SON OF MAN RECORDS
Trad – Heder Osny / Norman Lima
Muito boa essa entrevista do Horde, e bem o que pelo menos meia dúzia de "guerreiros do black metal cristão" precisam ler para acordar um pouco. Não acho que eu concorde 100% com as idéias do cara, mas a importância dele e de sua obra é algo inegável e deve ser respeitado por isso!
ResponderExcluirEu sou ateu e gosto de Black Metal, o Horde é a única banda de Unblack Metal que me agrada, o som é totalmente insano. Morte ao satanismo e as religiões!!!
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