Eu gostaria muito que o Rodolfo Abrantes fosse capaz de expressar sua mudança de valores sem ofender seus ex-companheiros de banda, nem as pessoas que ainda amam os Raimundos, o que eles fazem e/ou fizeram.
Gostaria ainda mais se ele encaminhasse cada centavo de seus direitos autorais para instituições que cuidam de adolescentes em situação de risco - se realmente acredita que letras como "Nega Jurema" fazem mal aos outros.
Gostaria que ele considerasse a possibilidade de que, do cristão mais espiritual ao roqueiro mais maconheiro, estarmos todos jogando com as cartas que temos em mãos. Eu o conheci em 1994, sei que ele fazia o melhor que podia. Quero crer que hoje ele faça exatamente o mesmo. E o fato de migrarmos de um momento da nossa vida para outro não nos dá o direito de desprezarmos quem está onde estávamos, dando o melhor de si.
Gostaria que ele não caísse na lorota de que os movimentos jovens sabem de coisas que as igrejas tradicionais não sabem -- porque, no final, ninguém sabe de nada mesmo, mas estamos tentando todos (os bem intencionados, naturalmente). Na verdade, acho que a confiança em fórmulas, pessoas e estruturas é o primeiro passo para a decepção.
Gostaria que tomasse o caminho de volta do isolamento religioso em que se meteu, que virasse o nosso Bob Dylan + Jack Johnson e usasse de seu talento enorme para levar a Mensagem, e não para fornecer trilha sonora para arrogância gospel profética.
Gostaria de falar isso pessoalmente a ele, mas como não faço parte do gueto gospel, não troco palavra com ele há uns bons 14 ou 15 anos.
Como cristão de tradição protestante, gostaria de pensar que o Digão e o Canisso estão errados em se enfurecer tanto com o Rodolfo nos links abaixo, mas não consigo. é jornalista e escritor. Dirigiu revistas como Bizz, Trip e Época São Paulo e escreveu livros como Dias de luta
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